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Headhunter: em busca de talentos especializados

Profissionais buscam alternativas para ampliar área de atuação.

Um executivo que ocupa um alto cargo em uma multinacional brasileira ficou surpreso, quando recebeu uma ligação sobre uma proposta de emprego. Apesar de ganhar muito bem, a proposta oferecida foi ainda melhor. Sem saber quem o procurou, o profissional, que preferiu não se identificar, descobriu que o trabalho de “caça-talentos” é comum para a ocupação de cargos de grandes empresas e realizado pelo chamado headhunter.        

Mas, além de uma simples seleção, a função do headhunter é fazer um recrutamento especial. A ação deste profissional geralmente começa com a abordagem de um executivo da concorrência. Outra opção, que também acontece, é quando a empresa pede ao headhunter que encontre profissionais com o perfil por ela apresentado. Dessa forma, a “caça” ao executivo acontece no mercado de trabalho. 

Após obter todas as informações sobre o possível contratado, o caçador de talento sai em busca do profissional que é considerado raro, justamente por estar na concorrência e ser especializado em determinada área.

Outro ponto, que também pode ocorrer, é a retirada do executivo da empresa concorrente, mesmo sem necessidade de contratá-lo. Isto acontece com certa frequência, pois muitas vezes é a forma de enfraquecer a concorrência. A ação é recorrente no mercado, mas questionada por empresas e executivos quanto à ética. 

O trabalho de inteligência do headhunter deve ser feito com planejamento e abordagem corretos. É neste momento que o caça-talento deve ter mais cuidado, principalmente porque é nesta forma de abordagem que se pode “ganhar” ou “perder” o profissional. Muitos executivos procurados têm medo de que o convite seja uma cilada, realizada pela própria empresa em que ele trabalha. O ideal é despertar a curiosidade e o interesse das pessoas.

É preciso encontrar o executivo em um lugar neutro e mostrar confidencialidade. Geralmente, os que têm salários maiores procuram mais do que melhores salários, pois já os possuem. Eles buscam a possibilidade de melhorar condições de trabalho e crescimento profissional. A negociação pode demorar mais de um ano, mas são apenas nos últimos contatos que o nome da empresa e o salário são informados ao profissional.

O trabalho de headhunter é muito raro e deve aumentar ainda mais, em tempos de crise econômica mundial. As pessoas estratégicas são mais necessárias durante turbulências, como a que o mundo vivencia desde o segundo semestre de 2008. Apesar disso, para não sucumbir à crise, a maioria das empresas de recrutamento de executivos está buscando novos projetos como aponta a matéria “Em busca de um plano B”, da Revista Exame, de 25 de março deste ano. A reportagem afirma que, no último trimestre de 2008, a receita das consultorias de recrutamento caiu 14% no mundo.

Pequenas e médias empresas

As dificuldades para encontrar funcionários especializados para as pequenas e médias empresas é ainda maior.

Sem poder recorrer aos headhunters, uma vez que a contratação exige alto investimento, o caminho é procurar empresas de RH (Recursos Humanos), que ajudem nessa seleção.

Uma pesquisa realizada pela FECOMERCIO (Federação do Comércio de São Paulo) aponta que a experiência no ramo e noções básicas de língua estrangeira são as qualificações mais difíceis de se encontrar nos trabalhadores, nos dias de hoje.