Estou ciente de que os dados fornecidos são exclusivamente para cadastro mencionado no formulário. Após finalização, os dados serão armazenados pela Contabs Assessoria Empresarial, de forma segura, apenas com a finalidade de manter histórico de atividades realizadas e sem hipótese de transmissão a terceiros, conforme Lei Nº 13.709 - Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) Para mais informa��es, voc� pode visitar nossa Pol�tica de Privacidade.
HÁ MAIS DE 33 ANOS NO MERCADO




Inflação de alimentos é a maior desde 2022


 

Em novembro de 2024, a inflação dos alimentos alcançou sua maior taxa mensal desde abril de 2022, com um índice de 2,29%, conforme apurado pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). 

 

Esse aumento no custo de vida reflete a combinação de diversos fatores econômicos, desde o impacto das exportações até as flutuações do câmbio. No entanto, é principalmente nas carnes e no café que o consumidor sente de forma mais aguda o aumento de preços.

 

 

O Impacto das Exportações e do Câmbio nos Preços Internos

Exportações em Alta: Um Impulso Para os Preços Internos

O aumento das exportações brasileiras tem sido uma das principais causas da elevação nos preços dos alimentos, especialmente das carnes. 

O câmbio elevado, com o dólar negociado em torno de R$ 5,81, tornou os produtos brasileiros mais competitivos no mercado internacional. Isso favorece as exportações, mas, ao mesmo tempo, pressiona os preços internos, uma vez que a maior parte da produção é destinada ao mercado externo.

Em novembro de 2024, o Brasil registrou exportações recordes em diversos tipos de carne, com destaque para a carne suína, que teve um aumento de 77% no preço de exportação em comparação ao mesmo período de 2023. As carnes bovina e de frango também registraram altas, de 6% e 5%, respectivamente, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

 

O Efeito das Exportações nas Carnes

A carne bovina, que lidera as exportações brasileiras, viu seu preço interno subir para R$ 339 por arroba no mercado paulista, o maior valor desde março de 2022. Já o preço do quilo do suíno foi a R$ 9,90 e o do frango a R$ 7,90, marcando um aumento considerável para o consumidor final.

No acumulado de 2024, as carnes bovina e suína já apresentaram aumentos superiores a 20%, enquanto a carne de frango teve alta superior a 10%. A alta nas exportações e a recuperação dos preços externos forçam um repasse significativo para o mercado interno.

 

O Efeito da Demanda Externa no Mercado de Alimentos

As exportações do Brasil não se limitam às carnes. O país também tem se destacado no mercado externo com produtos como soja, açúcar e café. 

A soja, por exemplo, viu suas exportações aumentarem significativamente, com uma previsão de 97 milhões de toneladas até novembro de 2024. Isso impactou diretamente o preço do óleo de soja, que teve um aumento de 15% em novembro.

Já o açúcar, cujas exportações também cresceram nos últimos dois anos, viu uma queda de 10% nos preços externos. Contudo, internamente, os preços subiram 3,6% no mesmo mês, conforme dados da Fipe.

 

O Café: Alta de Preços e o Efeito Climático

O café, um dos produtos mais consumidos no Brasil, também foi afetado pela inflação dos alimentos. O clima adverso no Vietnã e no Brasil, responsáveis pela maior parte da produção de café no mundo, impactou diretamente na oferta do produto. Além disso, a demanda externa aquecida, tanto para o café arábica quanto o robusta, impulsionou os preços no mercado interno.

Em novembro de 2024, a saca de café arábica atingiu o valor recorde de R$ 1.777, o dobro do preço do ano anterior. O café canéfora (robusta e conilon) também registrou uma alta de 138% em relação a 2023, com preço médio de R$ 1.573.

Internamente, o café em pó teve um aumento de 5,7% nos supermercados, com um reajuste acumulado de 32% ao longo do ano. O impacto no bolso do consumidor tem sido significativo, com o preço do café subindo a um ritmo acelerado desde o início de 2024.

 

O Impacto da Inflação nos Preços dos Alimentos Básicos

Apesar das altas observadas em produtos como carnes e café, alguns alimentos básicos apresentaram queda ou estabilização nos preços, o que tem ajudado a moderar a inflação no geral. Alimentos como arroz, feijão e leite, por exemplo, mostraram resultados mistos.

 

Arroz e Feijão: Preços Sob Controle

O arroz, um dos principais alimentos da mesa do brasileiro, teve uma alta mais moderada. Em novembro de 2024, o preço do arroz subiu 8%, refletindo uma inflação controlada quando comparado a outros produtos. No entanto, o feijão teve uma leve queda em relação aos meses anteriores, ajudando a aliviar a pressão sobre os consumidores.

 

O Leite: Alta no Ano, Mas Estabilização Mensal

O leite, por sua vez, registrou uma alta de 23% no acumulado de 2024, mas teve uma leve queda nos preços em novembro, ajudando a conter o impacto da inflação nos alimentos. Mesmo assim, o preço do leite segue pressionando os orçamentos das famílias, especialmente as de menor renda, que dependem mais deste alimento como fonte de proteína.

 

Projeções e Perspectivas para 2025

Tendências de Preços para os Próximos Meses

O cenário de inflação nos alimentos deverá continuar sendo pressionado pelas exportações e pelo câmbio elevado nos primeiros meses de 2025. 

A demanda externa, especialmente de países asiáticos, tende a manter o preço das carnes e do café elevados, enquanto produtos como soja e açúcar podem ver algumas variações nos preços em função do comportamento do mercado global.

Contudo, com a chegada de uma nova safra e a estabilização das condições climáticas, pode-se esperar que alguns alimentos, como arroz e feijão, apresentem preços mais equilibrados no futuro próximo.

 

O Papel das Políticas Econômicas

O governo brasileiro deverá continuar atento às pressões inflacionárias, com políticas que busquem equilibrar o mercado interno e o externo. O Banco Central, por exemplo, deve seguir com suas estratégias para controlar a inflação de forma geral, o que pode influenciar diretamente a política monetária e o comportamento do câmbio.


 

Fonte: seucreditodigital